Com a chegada e o exponencial crescimento de casos do novo coronavírus no Brasil, o governo brasileiro se viu obrigado a aderir o isolamento da população, o fechamento de comércios, além da interrupção das atividades pedagógicas e administrativas de escolas e faculdades, a fim de minimizar os prejuízos da pandemia do COVID-19.
Nesse sentido, o Ministério da Educação (MEC), decidiu prorrogar por tempo indeterminado o período das listas de espera do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A alteração nos prazos dos programas, foram publicadas na quarta-feira (18), através do Diário Oficial da União (DOU).
Segundo o Coordenador Geral de Programas de Ensino Superior do MEC, Thiago Leitão, a medida é uma flexibilização dos calendários dos programas para não permitir que qualquer estudante seja prejudicado, dado que muitas instituições de ensino estão fechadas.
Prouni
O ProUni foi criado em 2004 e já ajudou muita gente. Nos primeiros dez anos de Programa, foram concedidas cerca de 1,7 milhão de bolsas de estudos, facilitando o acesso ao ensino superior em mais de 850 universidades brasileiras. A maioria dos beneficiados, cerca de 70%, recebeu bolsa integral.
Quem se inscreve no ProUni, está em busca de uma bolsa de estudos e uma ajuda financeira para frequentar um curso superior oferecido por uma universidade particular. Por meio deste Programa, é possível obter bolsas integrais (100%) e parciais (de 50%). Mas é preciso comprovar baixa renda familiar para concorrer.
As bolsas integrais são destinadas aos candidatos com renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa. As bolsas parciais podem ser requeridas por candidatos com renda familiar bruta mensal de até três salários mínimos por pessoa.
Assim como no Sisu, a seleção dos candidatos também é feita através da nota do Enem. Quanto maior a pontuação no Exame, maiores são as chances de ganhar uma bolsa.
Os recursos do ProUni são repassados diretamente para as universidades, sem passar pela conta do aluno. Ao final do curso, o estudante não fica devendo nada para o Governo! O objetivo do Programa é justamente permitir o acesso ao ensino superior àqueles que não teriam condições de pagar ou assumir um empréstimo.
Como funciona a lista de espera e chamada do Prouni
O ProUni tem duas chamadas e lista de espera. Mesmo que o aluno não passe na primeira e nem na segunda, ainda assim haverá chances de passar no curso.
Isto ocorre, porque muitos alunos que não passaram na primeira e nem na segunda, desistem de se matricular no programa.
Com a divulgação da primeira e segunda chamada, é provável que tenha restado algumas vagas que não foram preenchidas. Nesta etapa, podem concorrer candidatos que não foram selecionados em nenhuma das duas chamadas, e candidatos que foram reprovados por não haver formação de turma. Para participar, o candidato deve demonstrar interesse e se inscrever na lista de espera dentro do prazo de inscrição.
Vale lembrar, que cada instituição possui sua própria lista de espera. O candidato deve ficar atento e informado sobre o prazo de inscrição estipulado pela universidade em que se inscreveu. O próprio ProUni adverte “O participante é o único responsável por consultar os resultados, atender aos prazos estabelecidos e acompanhar possíveis alterações”. Então fique ligado e não perca a chance de ingressar na universidade.
Neste ano, o programa disponibilizou 252,5 mil bolsas de estudos, um recorde para o primeiro semestre de 2020 e mais de 1,5 milhão de inscrições. “Os estudantes que manifestaram interesse em participar da lista de espera não têm prazo final para entregar a documentação na instituição. Haverá tempo para que eles entreguem a documentação assim que as atividades acadêmicas retornarem à normalidade”, destaca Leitão.
Já os estudantes que manifestaram interesse em instituições que estejam mantendo suas atividades administrativas, estes podem entregar a documentação normalmente. De acordo com o MEC, o edital também estabelece prazo indeterminado para que as instituições lancem os resultados de aprovação ou reprovação no sistema do ProUni.
Fies
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), foi criado em 1999 pelo Ministério da Educação (MEC). O programa nasceu com o objetivo de facilitar o acesso à educação superior e financiar a graduação de estudantes de baixa que não tenham condições de arcarem com as mensalidades de uma instituição de ensino superior.
Oferecido pelo Governo Federal, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) já ajudou milhares de estudantes de baixa renda espalhados por todas as regiões do país. Com as inscrições abertas duas vezes ao ano, para participar do programa é necessário que o estudante tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, alcançado uma pontuação mínima de 450 pontos e não ter zerado a redação. O processo de seleção dos candidatos é baseado nas notas obtidas no Enem, ou seja, quanto maior a pontuação do estudante, maiores são as chances de se conseguir o financiamento para as vagas mais disputadas.
Como funciona a lista de espera e chamada do Fies
A lista de espera do Fies é destinada para os estudantes que não conseguiram ser aprovados na chamada regular do programa. Deste modo, como uma forma de repescagem, a lista de espera dar a esses candidatos uma chance de conquistarem através das vagas remanescentes, uma oportunidade de ingressarem no ensino superior. Diferente do ProUni e Sisu, o Fies inclui automaticamente os estudantes não selecionados na primeira chamada na lista de espera.
Em decorrência dos casos do coronavírus, foi determinado também a prorrogação da lista de espera e todas as etapas da mesma por tempo indeterminado. “Com isso, os estudantes terão prorrogados os prazos de cada etapa para a concretização do financiamento”, afirmou o coordenador-geral.
Por: Willian Netto